Via Sacra.
Quaresma é tempo de escuta da Palavra, de jejum e de prática da caridade como caminho de conversão, tendo como horizonte a celebração do Mistério Pascal de nosso Senhor Jesus Cristo. E somos convidados a aproveitar esse tempo de graça valorizando os canais pelos quais esta se comunica: a oração, a participação nos sacramentos da penitência e da eucaristia, as práticas devocionais deste período, de modo especial a Via Sacra e o Santo Rosário.
"Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me", disse o Senhor. Fiéis a esta palavra, a Paróquia São José realizou a caminhada pelas estações da Via Sacra seguindo os passos de Jesus Cristo no caminho da cruz.
Na Primeira Estação, Jesus é condenado à morte. Por meio de sua entrega na cruz Ele nos concede a vida.
Na Segunda Estação Jesus carrega a cruz. Ó Deus, a cruz de Jesus é o sinal de vossa compaixão para com toda a criação que geme em dores de parto (Rm 8,22).
Na Terceira Estação Jesus cai pela primeira vez. Enfraquecido por causa da perda de sangue nos maus tratos, com sede e com fome e com o peso da cruz, Jesus caiu por terra. Acolhe, em silêncio, com humildade e serenidade a queda. Confia em Deus, o que o reanima na sua fraqueza, renova a coragem e alimenta a esperança de vencer.
Na Quarta Estação Jesus se encontra com sua Mãe. Eis diante de nós uma das cenas mais comoventes de toda a história humana. Ainda sem estar totalmente refeito da dura queda, com o rosto coberto de suor, sangue e poeira, com os olhos inchados, Jesus avista, no meio da multidão, a sua Mãe. Os olhares se cruzam. Jesus e sua Mãe nada conseguem fazer. Mas os corações se tocam.
Na Quinta Estação Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz. Um desconhecido, que voltava do campo, foi forçado a carregar a cruz de Jesus. Não sabia quem era Jesus e muito menos que era o Filho de Deus. Mas o importante mesmo é que, no momento da necessidade, soube emprestar seus ombros a quem não os tinha. Soube tomar sobre si a cruz de quem já não a podia carregar.
Na Sexta Estação, Verônica enxuga o rosto de Jesus. Suor e sangue cobriam o seu rosto, todo ensanguentado. De repente, Verônica, corajosa e solidária, passa entre os soldados, se aproxima de Jesus e com suas mãos trêmulas e carinhosas enxuga o seu rosto. Na toalha ficou gravado o retrato do Senhor. É a única imagem que Jesus quis nos deixar.
Na Sétima Estação Jesus cai pela segunda vez. Já sem forças e sofrendo as consequências da terrível flagelação, alquebrado pelo peso da cruz, invadido pela dor do abandono dos amigos, Jesus tropeçou e caiu mais uma vez.
Na Oitava Estação Jesus consola as mulheres. O estado de Jesus era desolador, mas certamente era mais desolador o estado daqueles que tramaram a morte e causaram as dores de Jesus, dos que o condenaram à morte, segundo a cartilha da justiça dos poderosos. Jesus, que sabia da sua inocência, então disse às mulheres: Filha de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes sobre vós e vossos filhos" (Lc 32, 28)
Na Nona Estação Jesus cai pela terceira vez. Em silêncio, nada reclamou, apenas ofereceu a sua caminhada dolorosa a Deus e aos irmãos. Passou a vida fazendo o bem, anunciou o Reino do Pai e acabou sendo rejeitado, sobretudo pelos que viam os seus interesses contrariados e não queriam um mundo novo, de justiça e paz.
Na Décima Estação Jesus é despido de suas vestes. Jesus se viu despido, humilhado e exposto ao ridículo diante da multidão irreverente. Teve que sacrificar tudo. Não reteve nada para si. Entregou tudo para poder resgatar tudo para todos. As vestes foram repartidas entre os soldados em quatro partes.
Na Décima Primeira Estação Jesus é pregado na cruz. Jesus foi estendido e pregado sobre a cruz sendo crucificado junto com dois ladrões. Jesus ouviu injúrias e perdoou: "Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 24, 44). Ouve o pedido do bom ladrão: "Hoje, ainda estarás comigo no paraíso" (Lc 23,43). Teve preocupação com a sorte de sua mãe e a confiou ao discípulo amado: "Eis aí a tua mãe" (Jo 19,27).
Na Décima Segunda Estação Jesus morre na cruz. Pendeu entre o céu e a terra. As trevas invadiram a terra. O véu do templo rasgou-se.
Ó Deus, a cruz de Jesus é o sinal do vosso amor por todas as pessoas.Fortalecei-nos neste amor para que tenhamos coragem e ousadia de nos colocar no seguimento de Jesus, comprometidos com o amor ao próximo e a toda criação que geme em dores.
Na Décima Terceira Estação Jesus é descido da cruz. Jesus estava morto. O silêncio invadiu o céu e a terra. Maria chorou o seu Filho e o recebeu em seus braços inerte e pesado e o acariciou. Nesta Via Sacra, com Maria acolhemos em nosso braços o corpo do Senhor. A cruz de Jesus é o sinal de vosso amor por todas as pessoas. Fortalecei-nos neste amor para que possamos completar a paixão de Cristo através das nossas vidas doadas e entregues para fazer o bem, cuidando por toda a vida neste planeta.
Na Décima Quarta Estação Jesus é sepultado. Tanto em vida quanto na morte o Filho do Homem não teve onde reclinar a cabeça. Seu corpo estava morto, mas sua vida escondida em Deus. Em Jesus cremos que a morte é a passagem necessária para a plenitude da vida. São como o grão de trigo que, ao morrer, produz vida e, ao ser enterrado, rompe o chão e cresce. Os gritos da natureza que geme em dores de parto chamam a atenção para a situação em que se encontra a vida no planeta, mas também alardeiam a esperança.
Décima Quinta Estação. JESUS RESSUCITOU!
Ao final da nossa Via Sacra, reafirmamos a nossa fé na ressurreição e bendizemos a Deus porque Jesus ressucitou e continua dentro da história, vivo e presente no mundo, em cada pessoa, nos acontecimentos e nas celebrações. Bendizemos o vosso nome porque a vida, dom a este planeta, é mais forte do que a morte.